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08 de Novembro de 2024

Traumatismo craniano: entenda o diagnóstico de Lula

Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um acidente no Palácio da Alvorada, em Brasília, gerando grande preocupação. Durante uma queda no banheiro, ele bateu a cabeça, resultando em um traumatismo craniano.

Embora esse tipo de trauma seja mais frequentemente associado a acidentes de carro, agressões físicas e prática de esportes de contato, as quedas domésticas também podem causar lesões graves, especialmente em crianças e idosos.

“Os traumas cranianos podem ser causados por impactos diretos no crânio ou por movimentos bruscos e intensos de aceleração e desaceleração. Eles podem ser classificados em diferentes tipos com base na gravidade, intensidade, extensão da lesão e impacto, que pode ser de leve a moderado ou grave”, afirma o Dr. Roger Gomes Reis, neurologista do CEJAM.

O especialista detalha que traumas cranianos leves, como concussões, causam sintomas temporários como confusão, dor de cabeça, tontura e perda de memória, geralmente sem deixar sequelas permanentes. Em traumas cranianos moderados, pode haver perda de consciência por minutos a horas, além de alterações físicas, cognitivas e emocionais, exigindo um acompanhamento médico mais prolongado.

Já o trauma craniano grave, que pode causar danos permanentes ao cérebro, envolve lesões como fraturas, hemorragias e contusões mais sérias, podendo causar o coma ou até mesmo deixar sequelas irreversíveis.

De modo geral, o tratamento depende da gravidade da lesão de cada indivíduo. “Para traumas leves, é importante o monitoramento nos primeiros dias, observando sintomas como confusão e perda de memória. Em traumas moderados, a internação é fundamental, juntamente com o monitoramento, enquanto em casos graves, como fraturas e hemorragias intracranianas, a intervenção cirúrgica na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) se faz necessária”, ressalta o neurologista.

Dr. Roger explica que a avaliação e o diagnóstico do paciente são responsabilidades exclusivas do profissional médico, especialmente dos neurologistas e neurocirurgiões. O exame neurológico e a aplicação da escala de coma de Glasgow devem ser realizados em todos os casos, assim como uma tomografia computadorizada de crânio, que é recomendada para todos os pacientes com suspeita de trauma craniano.

Evitando futuros traumas no cérebro

O especialista aponta a importância de se trabalhar a prevenção na rotina diária, enfatizando o popular ditado de que é sempre mais adequado prevenir do que remediar. “Evitar traumas cranianos envolvem medidas de segurança que minimizem o risco de quedas, colisões e outros acidentes”, salienta. Confira algumas das dicas do médico para pôr em prática:

Uso de capacetes adequados para motociclistas, práticas esportivas de impacto, como ciclismo e skate, e no trabalho, em atividades de construção civil ou indústrias.

Cinto de segurança e cadeira infantil obrigatórios em todos os veículos, inclusive para passageiros nos bancos traseiros.

Atenção especial aos idosos no ambiente doméstico, já que, devido à fragilidade óssea e à perda de equilíbrio, eles são mais suscetíveis a fraturas e lesões graves.

Principalmente na terceira idade, o neurologista reforça que a prevenção de quedas precisa de muita atenção. “Algumas estratégias incluem adaptar o ambiente doméstico, usando tapetes reforçados, boa iluminação e barras de apoio em locais como banheiro e escadas. Além disso, atividades de fortalecimento físico, como Pilates, fisioterapia e Yoga, ajudam no equilíbrio e na coordenação. Avaliações médicas regulares também são recomendadas, pois problemas de visão, de audição e o uso de certos medicamentos aumentam o risco de quedas.”

Lula já pode andar de avião?

Sim! Mas por recomendações médicas, o presidente está fazendo apenas viagens curtas. Mas a dúvida que fica é: Quem tem traumatismo craniano realmente pode andar de avião? É seguro?

“Bom, essa é uma medida de precaução, já que variações na pressão atmosférica durante o voo podem impactar a pressão intracraniana”, pondera o Dr. Roger.

Para traumas leves ou moderados, em que o paciente já recebeu alta, o neurologista destaca que é indicado repouso, mas sem necessidade de permanência no leito. Atividades leves da rotina doméstica, como tomar banho, vestir-se e caminhar dentro de casa, são permitidas. Em casos de concussão leve e com tomografia de crânio normal, o paciente pode retornar às atividades cotidianas, incluindo o trabalho.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

Saúde Neurologia

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