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11 de Dezembro de 2025
O avanço da neuromonitorização neonatal tem permitido que UTIs identifiquem precocemente alterações cerebrais em recém-nascidos, especialmente aqueles prematuros ou com condições clínicas que aumentam o risco de lesões neurológicas. O uso de sensores que captam a atividade elétrica do cérebro do bebê, aliado ao acompanhamento contínuo por especialistas, tem se tornado um recurso fundamental para evitar sequelas permanentes.
Segundo a Dra. Marisa Salgado, Médica Neonatologista do Hospital Geral de Itapevi, gerenciado pelo CEJAM, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), os primeiros dias de vida são determinantes para o desenvolvimento neurológico. Ela explica que o sistema nervoso do recém-nascido ainda está em plena formação e que qualquer instabilidade pode gerar impactos duradouros. “É um período em que o cérebro está se organizando com muita rapidez. Se esse processo ocorre em condições não fisiológicas, o risco de sequelas futuras aumenta consideravelmente”, afirma. Para a médica, compreender essas mudanças exige mais do que avaliação clínica. “Existem alterações que são imperceptíveis a olho nu. O monitoramento nos permite enxergar o que o exame físico não revela.”
O monitoramento é realizado por meio de sensores instalados na cabeça do bebê, que enviam o registro da atividade cerebral para uma central especializada. A equipe acompanha o traçado 24 horas por dia e observa simultaneamente as imagens captadas por uma câmera posicionada no leito. Esse fluxo constante permite interpretações mais completas. A Dra. Marisa observa que a integração em tempo real tem mudado a dinâmica da UTI. “Quando uma alteração no padrão das ondas cerebrais é identificada, a central de monitoramento entra em contato com a UTI neonatal e conseguimos discutir imediatamente com a equipe à beira-leito e ajustar a conduta. Isso reduz o tempo de resposta e aumenta a precisão das intervenções.”
O impacto do método é ainda mais evidente nos casos de asfixia neonatal, quando decisões rápidas são fundamentais para evitar danos permanentes. A neonatologista esclarece que a tecnologia permite avaliar, minuto a minuto, como a lesão afeta o cérebro do recém-nascido, orientando o momento certo para iniciar ou ajustar terapias como a hipotermia terapêutica. Sem essas informações em tempo real, muitas vezes a gravidade da lesão só seria percebida quando já houvesse consequências irreversíveis. Ela ressalta ainda que a neuromonitorização é essencial para detectar crises convulsivas que não apresentam manifestações externas, comuns em bebês, e que sem o uso do equipamento dificilmente seriam identificadas e tratadas precocemente.
O uso do equipamento também contribui para condutas mais assertivas no cuidado diário. O detalhamento das informações cerebrais tem permitido reduzir o uso de anticonvulsivantes, minimizar sedação e encurtar o tempo de internação em casos graves. Para a Dra. Marisa, esse avanço se traduz em cuidado mais seguro e em aprendizado das equipes. Ela salienta que o monitoramento padroniza condutas, fortalece protocolos e amplia a compreensão sobre o comportamento cerebral do recém-nascido. “Quanto mais cedo entendemos o que está acontecendo no cérebro, mais eficaz é a nossa capacidade de intervir.”
Programa de neuromonitorização no Hospital Geral de Itapevi
No Hospital Geral de Itapevi, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a SES-SP, a neuromonitorização neonatal foi implantada pela Protect Brains & Saving Futures – PBSF, decorrente da parceria com a Eurofarma. A implementação envolveu apresentação da tecnologia à direção, adequações legais, aquisição de equipamentos e treinamento multidisciplinar de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. A unidade também precisou aprimorar a infraestrutura de internet da UTI, já que a análise dos dados é realizada por especialistas que acompanham os pacientes à distância.
O primeiro caso monitorado ocorreu em dezembro de 2023. Desde então, já foram registradas mais de 9600 horas de monitoramento, beneficiando cerca de 200 bebês. Dados da unidade mostram que 13% dos recém-nascidos monitorados apresentaram crises convulsivas, sendo 56% delas subclínicas. Para a médica, esses números reforçam o impacto do programa. “São crises que não seriam detectadas sem monitorização. Isso muda completamente a precisão do cuidado e evita que danos evoluam sem que percebamos.”
Além de reduzir o tempo de permanência e orientar terapias como a hipotermia neuroprotetora, o programa tem contribuído para diminuir desigualdades no acesso a tecnologias avançadas. A neonatologista afirma que a inclusão desse tipo de recurso pelo SUS representa um marco. “A neuromonitorização garante a bebês de alto risco um padrão de cuidado que antes era restrito a poucas instituições. Isso fortalece a assistência neonatal e traz impacto direto na qualidade de vida dessas crianças”, relata Dra. Marisa.
A expectativa de expansão inclui a futura adoção do monitoramento multimodal com NIRS, ferramenta que avalia a oxigenação cerebral e pode integrar diferentes parâmetros fisiológicos em tempo real, tornando as terapias ainda mais personalizadas.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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