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03 de Janeiro de 2022
Sensibilizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da hanseníase é o foco da campanha Janeiro Roxo, que promove durante todo o mês, uma série de ações voltadas à doença, lembrada anualmente, no último domingo de janeiro, pelo Dia Mundial Contra a Hanseníase. O CEJAM participa da campanha para auxiliar na conscientização dos usuários das unidades de saúde gerenciadas pela Instituição.
A dermatologista Patrícia Vieira Maluly, que atende na AMA 24h Capão Redondo e nos hospitais Dia M' Boi Mirim I e II, ambos sob gestão do CEJAM, tira as principais dúvidas sobre a doença e como ela age no organismo.
A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. Ela tem transmissão interpessoal, ou seja, de pessoa para pessoa, principalmente por meio do convívio com doentes de formas multibacilares (MB), sem tratamento e de evolução crônica.
A doença pode levar à formação de uma grande variedade de lesões cutâneas, entre elas manchas, pápulas, placas, nódulos e até infiltração difusa – quando a doença disseminada é de maior gravidade, muito característica na hanseníase virchowiana –, dependendo da resposta imunológica do indivíduo.
“Essa infecção ainda se configura como um grave problema de saúde pública em muitos países, inclusive no Brasil. Mesmo com todos os avanços obtidos pela ciência e tecnologia, não houve interrupção da transmissão em escala mundial”, destaca.
Sintomas
A infecção por hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. Entretanto, a especialista explica que é necessário um longo período de exposição à bactéria. De acordo com a Dra. Patrícia, os primeiros sintomas são lesões na epiderme e derme.
“A maioria dos casos de hanseníase é definida pela análise clínica dermatoneurológica. Para esclarecimento diagnóstico, podemos associar exames complementares como anatomopatológico e baciloscopia, entre outros.”
Confira a lista de sinais e sintomas a serem considerados:
- Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas);
- Áreas com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e dores;
- Comprometimento de nervos;
- Diminuição dos pelos e do suor;
- Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente nas mãos e pés;
- Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés;
- Nódulos no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Tratamento
Graças aos avanços da ciência, a hanseníase tem cura e o tratamento completo da doença é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“São utilizados esquemas terapêuticos padronizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de acordo com a classificação operacional. Os medicamentos de primeira linha no tratamento padrão da hanseníase são rifampicina, dapsona e clofazimina”, explica a Dra. Patrícia.
Além do tratamento, o Ministério da Saúde também disponibiliza a Caderneta de Saúde da Pessoa Acometida pela Hanseníase, um instrumento para que o paciente acompanhe, registre seu tratamento e tenha em mãos orientações sobre a doença.
Segundo a especialista, a caderneta é uma importante ferramenta para a gestão, dando suporte às equipes de saúde e ao paciente. Ela deve ser entregue no momento do diagnóstico.
Fonte: Imprensa, Criação & Marketing
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