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08 de Agosto de 2022
Foto: Freepik
Uma pesquisa recente mostrou que o consumo de biscoitos, salgadinhos e outros alimentos industrializados aumentou consideravelmente nos últimos meses, em decorrência da crise econômica imposta, entre outros fatos, pela pandemia de Covid-19.
Conforme avaliação feita pela empresa Horus, especialista em inteligência de mercado, a principal responsável pela piora na qualidade das refeições dos brasileiros é a inflação, que atingiu de forma considerável o preço de verduras e legumes.
O estudo, que avaliou 40 milhões de notas fiscais de estabelecimentos Brasil afora, indica que, em comparação com o último ano, itens ricos em gordura e de baixo valor nutritivo tornaram-se mais presentes nas compras de todas as faixas de renda.
Entre janeiro e junho deste ano, biscoitos recheados e salgadinhos estiveram presentes em 20,4% dos carrinhos das classes A e B, contra 16,9% no mesmo período do ano passado. Nas classes mais baixas, o dado é ainda mais preocupante. Na C, a incidência foi de 19,2% para 22,4%, enquanto nas classes D e E subiram de 22,7% para 26,4%.
No Dia Nacional de Combate ao Colesterol, celebrado em 8 de agosto, a nutricionista Alice Coca, que atende na UBS Paranapanema, gerenciada pelo CEJAM, alerta para os riscos que esta substituição alimentar pode trazer à saúde de adultos e crianças.
Entendendo o colesterol e seus riscos à saúde
O colesterol é um tipo de gordura presente na estrutura das membranas celulares e em órgãos como coração, intestino, cérebro, pele e fígado, fundamental para o bom funcionamento do organismo. No entanto, de acordo com a nutricionista, existem três tipos de colesterol – HDL, VLDL e LDL –, que agem de forma diferente no organismo.
Conhecido popularmente como colesterol bom, o HDL consiste em uma lipoproteína de alta densidade, cujo valor deve ser superior a 40 mg/dL. Dessa forma, quanto maiores forem os níveis de HDL, menores serão os riscos de desenvolver doenças cardiovasculares.
O VLDL é uma lipoproteína de densidade muito baixa, produzida no fígado, e que tem como principal função transportar os triglicerídeos pela corrente sanguínea. Seus valores considerados normais devem estar em torno de 200 mg/dL.
Considerado o colesterol ruim, o LDL trata-se de uma lipoproteína de baixa densidade, cujo valor não deve ultrapassar 130 mg/dL.
“Ele é comumente encontrado em alimentos industrializados e ultraprocessados, que contêm gorduras saturadas e trans, como biscoitos recheados e salgadinhos. Estes alimentos estão entre os maiores causadores do aumento do colesterol ruim”, alerta a nutricionista.
O colesterol alto pode trazer diversos riscos à saúde, entre eles o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, principal causa de morte no Brasil e no mundo, conforme dados do Ministério da Saúde.
Alice também atenta para o risco da aterosclerose – acúmulo de placas de gordura, cálcio e outras substâncias nas artérias –, que dificulta a passagem de sangue nos vasos, podendo causar infartos, derrames e até morte súbita.
“Além de biscoitos e salgadinhos, devemos evitar também as frituras, já que a gordura utilizada para estes preparos é extremamente saturada, principalmente quando aquecida.”
Outros problemas
Conforme a nutricionista, um pacote de biscoito recheado equivale a oito pães franceses, em média. Por isso, o consumo de alimentos ultraprocessados não está relacionado somente ao aumento do colesterol, favorecendo também o ganho de peso excessivo e a obesidade, principalmente na infância, onde existe maior consumo destes alimentos.
“O consumo também aumenta o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes, devido ao aumento do peso e da quantidade elevada de açúcares presentes nestes alimentos. E ainda existe um aumento do risco de hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), ocasionada, principalmente, pelo sódio”, reitera.
Segundo Alice, existem alimentos mais saudáveis, que, mesmo de forma econômica, são capazes de substituir biscoitos e salgadinhos, principalmente na dieta das crianças.
“Uma boa sugestão pode ser o consumo de bolos caseiros de frutas, quibes assados, frutas da época – que costumam ser mais baratas –, consumidas na sua forma in natura e banana gratinada com aveia e canela, entre outras. Na internet, existem muitas opções de receitas econômicas e, acima de tudo, saudáveis”, finaliza.
Fonte: Imprensa, Criação & Marketing
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