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Radar CEJAM

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25 de Novembro de 2022

CEJAM promove debate sobre questões éticas e práticas na saúde

O CEJAM promoveu nesta quarta-feira (23) o 1º Simpósio Internacional de Bioética em Saúde no Hospital Geral “Dr. Francisco de Moura Coutinho Filho”, em Carapicuíba (SP), gerenciado pela Instituição, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo. O encontro teve como objetivo debater questões éticas e práticas no setor, proporcionando aos profissionais uma reflexão sobre assistencialismo, cuidados e conflitos morais.

Entre os temas abordados no encontro, o enfrentamento da implementação dos cuidados paliativos pediátricos na sociedade contemporânea, o combate institucional e cultural a violência obstétrica, o impacto da bioética na formação do juízo moral dos estudantes de medicina, testamento vital, tecnologia e bioética e morte encefálica.

Já a palestra magna “Papel da Bioética na Saúde Global” foi ministrada pelo Dr. Rui Nunes, professor catedrático da Faculdade de Medicina do Porto e coordenador do Programa Doutoral de Bioética da Universidade do Porto.

Com a presença de alunos, profissionais e autoridades em saúde e direito, a abertura do evento foi conduzida pelo Dr. Rafael Vicente Geraldi Gomes, presidente científico do simpósio e coordenador-geral do bloco de Pediatria do Hospital de Carapicuíba. Na sequência, Dr. Hiran Gallo, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), remontou o início da discussão sobre bioética na saúde, na década de 70, e enfatizou a importância que o CFM atribui ao tema.

Em continuidade, Dr. Mário Santoro Júnior, gerente de Desenvolvimento Institucional do CEJAM e presidente do simpósio, reiterou as palavras do presidente do CFM enfatizando que o evento inaugurou um grande movimento pela bioética, no qual a organização anseia entusiasmar todos os que colaboram com o CEJAM, que, por meio de sua gerência de desenvolvimento institucional e de suas coordenações, vem incentivando a disseminação de conhecimento bioéticos, a sua discussão e implementação.

Dr. Mário explicou ainda que, com a vivência médica, é necessário lidar com situações que fogem do que foi ensinado pelos códigos de ética médica, reforçando a importância de soluções inovadoras, mas que obedeçam aos princípios da “beneficência, da não maleficência, da equidade e da justiça”, que são os pilares da bioética.

“Hoje, a bioética é um instrumento prático, não mais só referencial teórico. Decidir a vida e a morte de outra pessoa é, efetivamente, uma responsabilidade muito grande para qualquer profissional. E a bioética traz as ferramentas necessárias para que a gente possa conduzir de uma forma que, de fato, cumpramos a nossa missão, de ser um instrumento transformador na vida das pessoas”, reiterou.

Segundo ele, muitas vezes, as decisões tomadas não são de caráter clínico, mas sim éticos. “E as ferramentas usadas para essas decisões devem vir da bioética, que necessitam, portanto, serem conhecidas, analisadas e disseminadas entre os profissionais da saúde. A bioética deve dar respostas a problemas concretos e não somente teóricos”, concluiu.

Já a Dra. Maria da Glória Zenha, assessora técnica do CEGISS (Centro de Gerenciamento Integrado de Serviços de Saúde) e vice-presidente do simpósio, que também participou da mesa de abertura, chamou a atenção para a presença de alunos no encontro, ponderando ser necessário aprender desde o começo da vida de estudante a importância da ética e da bioética no tratamento mais humanizado dos pacientes. Ela ainda salientou a missão do CEJAM de ser instrumento transformador da vida das pessoas, não limitado somente às pessoas em tratamento.

Encerrando o painel de abertura, Dr. Rafael Einsfeld, diretor da Faculdade de Medicina do Centro Universitário São Camilo, por sua vez, direcionou suas palavras aos alunos e compartilhou depoimentos de sua vida para ilustrar a importância de um evento que coloca no centro a discussão bioética.

Conhecimentos, habilidades e atitudes de profissionais de saúde foram pontos destacados pelo diretor como fundamentais para a atuação médica. E, para concluir, o presidente científico do simpósio reiterou que o médico é um construtor social, pois participa do processo de ordenação de uma sociedade.

“Um gestor na área de saúde que não consegue ter essa dimensão não consegue atender aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e, assim, alcançar para os usuários a dignidade existencial humana.”

Dimensão ética

Entre outros temas relevantes debatidos na ocasião, Dr. Aluísio Marçal de Barros Seródio, delegado do CREMESP e professor-adjunto do Centro de Bioética da Escola Paulista de Medicina, exaltou a questão da dimensão ética, que, segundo ele, sempre foi importante para o exercício das profissões de saúde e será ainda mais daqui a 15 anos.

Para ele, o bom médico não será aquele que faz os diagnósticos mais difíceis, mas sim o que humaniza o tratamento.

“Eu acredito que, num espaço de tempo, não muito longo, vai ter uma espécie de inteligência artificial, machine learning, que tomará essas decisões, fazer o diagnóstico e dizendo qual é o tratamento. O que vai caracterizar o bom profissional de saúde num futuro próximo é a capacidade de se comunicar, a capacidade de fazer o paciente entender o que ele tem, aderir ao tratamento, conhecer os valores do paciente para escolher com ele a melhor decisão”, ressaltou.

Tecnologia e bioética

Dr. Edson Umeda, presidente da Sociedade Brasileira de Bioética, por sua vez, introduziu ao debate a questão “tecnologia e bioética”, trazendo, além do contexto histórico com embasamento filosófico, reflexões e provocações para estimular a interação com os convidados.

“O que a gente pretende com a questão ética e bioética é justamente fundamentar outras que a gente está ultrapassando alguns limites, com relação à própria questão da sobrevivência do ser humano no futuro”, pontuou.

Dr. Umeda finalizou explicando que não existe um limite ético para situações como, por exemplo, a manipulação de DNA, pois não há questão regulamentatória sobre a situação. “A própria comunidade científica impõe um limite, baseada nas condições que acha pertinente.”

O evento contou com o apoio do Centro Universitário São Camilo e patrocínio da Excelência Clínica Médica.

Confira o evento na íntegra no canal do YouTube CEJAM Oficial.

Fonte: Imprensa, Criação & Marketing

Saúde Simpósio de Bioética em Saúde

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