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02 de Fevereiro de 2022
Mesmo com a folia do Carnaval suspensa pela pandemia de Covid-19, a data está se aproximando e, com ela, a importância de destacar e prevenir as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Conforme a enfermeira Ana Paula Bento Lima, líder do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Geral de Itapevi, gerenciado pelo CEJAM, esta época do ano, historicamente, apresenta um aumento considerável das chamadas exposições de risco – relações sexuais desprotegidas –, responsáveis pelas ISTs.
A terminologia substituiu recentemente a expressão “Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)”, porque uma pessoa pode estar aparentemente sadia, mas infectada. E transmitir da mesma forma, sem sinais ou sintomas de uma doença.
“O Carnaval é uma época de grande extravasamento e alegria, especialmente após um período prolongado de restrição a eventos sociais. As pessoas costumam ir a baladas e festas e podem acabar abusando de bebidas alcoólicas e/ou drogas. Dessa forma, é muito importante chamar a atenção para o tema”, afirma Ana Paula.
As Infecções Sexualmente Transmissíveis podem ser causadas por vírus, bactérias, parasitas e outros micro-organismos, e sua transmissão acontece, principalmente, por meio de contato sexual – seja ele oral, vaginal ou anal – com uma pessoa que esteja infectada, sem o uso de preservativos.
Entre as infecções mais comuns estão herpes genital, HPV, gonorreia, HIV/Aids, hepatites virais dos tipos B e C, clamídia, tricomoníase e sífilis. Essa última é considerada uma epidemia silenciosa no Brasil, com um total 917.473 casos de sífilis adquirida notificados entre 2010 e junho de 2021, segundo o boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.
“Hoje em dia há a falsa sensação de que, caso a pessoa se infecte, é só tratar, dispensando o uso do preservativo. Isso é uma falácia. Algumas ISTs acabam tornando-se doenças crônicas e podem gerar complicações futuras”, alerta a enfermeira.
Prevenção
Todos que praticam relações sexuais desprotegidas estão expostos ao risco de contrair uma IST, independente de idade, estado civil, gênero, orientação sexual ou crença. A camisinha, seja ela masculina ou feminina, continua sendo o método comprovadamente mais eficaz para evitar as transmissões e até mesmo uma gestação não planejada.
“Entretanto, vale ressaltar que apenas uma oferta exclusiva de preservativos não é suficiente para garantir os diversos aspectos da saúde sexual”, explica a enfermeira.
Dessa forma, torna-se fundamental a ampliação dos conhecimentos para a aplicação da chamada “prevenção combinada”, que abrange o uso de preservativos, ações de cautela, diagnóstico e tratamento.
No Brasil, tanto a prevenção, por meio do uso de preservativos e Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), uma combinação de dois medicamentos (tenofovir e entricitabina) em um único comprimido, que impede que o HIV se estabeleça e se espalhe pelo corpo, como o diagnóstico e o tratamento são fornecidos de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Um tratamento adequado é capaz de melhorar a qualidade de vida e interromper o ciclo de transmissão destas infecções.
Segundo a especialista, as ISTs também podem ser transmitidas pelo contato sanguíneo; de uma mãe para o seu bebê, durante a gestação, parto ou amamentação ou por formas menos comuns, através do contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas. “Por isso, é importante não compartilhar objetos de uso pessoal, como toalhas, barbeadores, alicates e escovas de dente, entre outros.”
Sintomas
Normalmente, os sintomas das ISTs costumam aparecer principalmente nos órgãos genitais, mas não é uma regra. Alguns podem surgir na palma das mãos, olhos e outras partes do corpo.
“Durante a higiene pessoal, observe seu corpo, isso pode ajudar a identificar uma infecção em estágio inicial. Caso perceba algum sinal ou sintoma, procure o serviço de saúde, independentemente de quando foi a última relação sexual”, explica a enfermeira.
Ela destaca ainda que algumas destas infecções podem passar despercebidas por um longo período. “Esses casos são considerados assintomáticos. Se não forem diagnosticados e tratados, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer e até mesmo óbito.”
Relação desprotegida
Em caso de exposição sexual de risco, é possível recorrer à PEP (Profilaxia Pós-Exposição), uma medida preventiva de urgência à infecção pelo HIV, disponível em unidades de saúde de todo o país.
“A PEP consiste no uso de medicamentos capazes de reduzir o risco de adquirir essas infecções. Seu uso deve ser feito em até 72 horas após a relação desprotegida, ao longo de 28 dias”, afirma a enfermeira.
Mesmo com o uso da profilaxia, o preservativo ainda é a barreira de proteção mais eficiente, já que ele é capaz de prevenir outras infecções, como sífilis e gonorreia, não abrangidas pela PEP.
“Quando for sair para a curtição, tenha sempre preservativos em mãos. Por meio deles, podemos prevenir as ISTs e gestações indesejadas. Além disso, é de extrema importância um acompanhamento regular”, finaliza.
Fonte: Imprensa, Criação & Marketing
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