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13 de Dezembro de 2021
Em celebração ao Dezembro Vermelho, campanha que marca a luta contra o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis, especialista do CEJAM esclarece as principais questões sobre tratamentos, prevenção, expectativas de vida e relacionamentos com pessoas de sorologias diferentes.
Mais de 40 anos se passaram desde a detecção dos primeiros casos de HIV/Aids no Brasil. De lá para cá, muitas foram as conquistas em relação à doença, que passam por tratamentos mais efetivos, disponibilizados de forma gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde) desde 1996, até inúmeros métodos anticonceptivos, que visam diminuir a possibilidade de contágio.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, 92% das pessoas em tratamento já atingiram o estágio indetectável, ou seja, não transmitem o vírus e conseguem manter a qualidade de vida, sem a manifestação dos sintomas da Aids.
De acordo com a infectologista Tassiana Rodrigues Galvão, que atende nos hospitais Estadual Francisco Morato e Municipal de Cajamar, ambos gerenciados pelo CEJAM, nos últimos anos, os tratamentos tiveram evoluções extremamente favoráveis, tornando-se mais toleráveis, com barreiras genéticas maiores.
“Hoje em dia, uma pessoa que tem o diagnóstico em um período mais tranquilo da doença e faz uso dos medicamentos corretamente tem a mesma expectativa de vida de uma pessoa sem o vírus.”
A médica conta que alguns estudos populacionais indicam que homens soropositivos, que se tratam corretamente, conseguem viver até por mais tempo que outros sem a doença.
“Isso acontece porque, na rotina do paciente que vive com HIV, estão as visitas frequentes ao médico, além de exames que devem ser feitos a cada seis meses. Quando avaliamos, por exemplo, a população masculina entre 40 e 50 anos, que, normalmente, só procura atendimento para descobrir algo quando já tem muitos sintomas, o acompanhamento acaba sendo um ponto positivo”, afirma a especialista.
Diferenças entre PrEP e PEP
Além oferecer os mais avançados tratamentos disponíveis, o SUS também coloca à disposição da população estratégias e tecnologias avançadas à prevenção, como a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), uma combinação de medicamentos antirretrovirais que reduzem consideravelmente as probabilidades de infecção.
Seu uso amplia o acesso ao diagnóstico precoce e às ações específicas para populações-chave, como profissionais do sexo, casais com sorologias diferentes, homens que fazem sexo com outros homens e que possam ter uma exposição mais intensa, população privada de liberdade e usuários de álcool e outras substâncias.
Dra. Tassiana explica que, além destes mencionados, a PrEP é indicada para pessoas que fazem o uso constante da PEP (Profilaxia Pós-Exposição), que é a junção de duas medicações administradas ao longo de 28 dias em pessoas que tiveram alguma exposição considerada de risco, como profissionais de saúde que tenham algum acidente com fonte desconhecida ou pacientes HIV positivos, vítimas de violência sexual, relações casuais desprotegidas ou ainda quando há o rompimento do preservativo. Seu uso deve ser iniciado em até 72 horas após o incidente.
“Se você tem uma vida sexual ativa, não tem um parceiro ou parceira fixos e pratica relações ocasionais com pessoas das quais não conhece a sorologia, é necessário usar camisinha, procurar saber sobre a PrEP e, caso haja alguma falha em relação ao preservativo, buscar a PEP em até 72 horas.”
A médica chama a atenção para a importância da testagem, que pode ser feita em qualquer Unidade Básica de Saúde ou durante campanhas de prevenção. “É importante conversar sobre saúde sexual, procurar atendimento com um bom clínico geral ou mesmo infectologista. A prevenção é o foco mais importante.”
Vida normal
Dra. Tassiana destaca que, diferentemente da época na qual surgiu, o HIV não é uma sentença de morte. "Pessoas que convivem com o vírus e fazem o tratamento corretamente podem ter uma vida normal e saudável, inclusive se relacionando com pessoas que não têm a infecção.”
Esse tipo de relacionamento é chamado de relação soro-diferentes – quando só uma das pessoas tem HIV.
“É uma relação super possível graças à possibilidade da PrEP, que pode ser utilizada pelo paciente negativo continuamente. Além disso, a pessoa que tem o vírus, mas encontra-se com a carga viral indetectável por mais de seis meses, seguindo com o tratamento correto, não transmite. Muitos casais vivem durante anos, inclusive com a opção de usar ou não o preservativo”, explica.
Nestes casos, no entanto, é necessário consultar um especialista para acompanhamento do caso. “Hoje em dia, graças aos tratamentos e profilaxias realizados no momento do parto, é possível que uma mulher HIV positivo engravide normalmente sem que transmita o vírus para o bebê”, finaliza a médica.
Fonte: Imprensa, Criação & Marketing
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