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18 de Setembro de 2024
Foto: Freepik
A fibrose cística, doença genética rara, atinge principalmente os pulmões e o sistema digestivo, embora outras partes do corpo também possam ser afetadas. No Brasil, mais de 6 mil pessoas vivem com essa condição, segundo dados do Ministério da Saúde.
O diagnóstico, geralmente, ocorre logo após o nascimento, por meio do teste do pezinho, sendo posteriormente confirmado pelo teste do suor. A incidência média da doença é de 1 a cada 10 mil recém-nascidos no país.
Ao contrário da maioria da população, pacientes com fibrose cística produzem um muco mais espesso do que o normal, o que pode levar a complicações graves, como inflamações brônquicas e infecções pulmonares, resultando em dificuldades respiratórias. No sistema digestivo, esse muco denso pode comprometer o funcionamento adequado do pâncreas, prejudicando a digestão dos alimentos, o que destaca a importância de um acompanhamento nutricional rigoroso.
“No pâncreas, o muco acumulado obstrui os canais, prejudicando a liberação de enzimas pancreáticas responsáveis pela digestão dos alimentos. Como consequência, a má digestão pode levar à desnutrição”, explica Dulcineia Rosendo, nutricionista do CEJAM.
A desnutrição e perda de peso afetam diretamente a imunidade, comprometem a musculatura respiratória e causam alterações no crescimento, aumentando o risco de morbidades e mortalidade. “Nesses casos, o acompanhamento nutricional envolve a elaboração de um plano dietético com perfil hipercalórico, hiperproteico e hiperlipídico, ou seja, rico em calorias, proteínas e gorduras, sempre adaptado e/ou individualizado às necessidades de cada paciente”, destaca a especialista.
Dulcineia alerta que pacientes com fibrose cística correm um alto risco de desenvolver deficiências de vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K. Por isso, a suplementação, aliada ao uso de enzimas pancreáticas, é frequentemente recomendada para garantir a digestão e absorção adequadas dos nutrientes.
“Além disso, o acompanhamento nutricional deve ser regular para monitorar a ingestão de sódio e água, devido ao risco elevado de desidratação. É essencial também ajustar a dieta para melhorar a saúde gastrointestinal e aliviar o desconforto associado à condição”, acrescenta.
A alimentação deve ser baseada em alimentos minimamente processados, sendo priorizados os frescos e in natura. “É crucial incluir na dieta fontes proteicas de alto valor biológico, como carnes magras, peixes, ovos e laticínios, que são essenciais para a manutenção e recuperação da massa muscular”, orienta a nutricionista.
O consumo de gorduras saudáveis, como abacate, azeite de oliva e oleaginosas, ajuda a equilibrar a ingestão calórica. Os carboidratos complexos, encontrados em cereais integrais e frutas, são importantes por sua riqueza em fibras, vitaminas e minerais, essenciais para o bom funcionamento do metabolismo. Além disso, vegetais de folhas verdes escuras e alimentos de cor alaranjada são excelentes opções para complementar a dieta.
“É importante destacar que cerca de 20% dos adolescentes e 40% dos adultos com fibrose cística acabam desenvolvendo diabetes relacionado à doença, o que pode agravar o estado nutricional, além de elevar as taxas de morbidade e mortalidade. A fibrose cística pode aumentar o risco de diabetes, porque o pâncreas, quando afetado, pode não produzir insulina eficazmente”, alerta a especialista.
Diante desse cenário, pessoas que sofrem com o quadro devem evitar ao máximo o consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras saturadas, hidrogenadas, açúcares refinados ou adicionados, como refrigerantes, sucos artificiais, doces, chocolates, entre outros. A profissional ressalta a importância de também evitar o consumo de álcool e o tabagismo.
Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento
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