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Saúde

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18 de Junho de 2024

Bater e gritar ajuda a educar? Entenda!

O Dia Mundial das Crianças Vítimas de Agressão, celebrado em junho, serve como um lembrete doloroso de que a violência contra crianças ainda é uma realidade persistente e triste em todo o mundo.

Segundo o 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mais de 102 mil crianças e adolescentes foram vítimas de algum tipo de violência no Brasil em 2022. Contudo, acredita-se que esse número possa ser ainda maior.

Já em 2023, houve um aumento expressivo nas denúncias de violência contra crianças e adolescentes registradas pelo Disque 100 do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Comparado a 2022, o aumento foi mais que o dobro, totalizando mais de 228 mil registros em todo o país.

Especificamente na hora de educá-las, a violência física, psicológica e verbal pode ser reproduzida por pais ou cuidadores. No entanto, é importante ressaltar que essas formas de violência podem causar danos emocionais duradouros, prejudicando o desenvolvimento saudável. Isso porque crianças que são vítimas de violência podem enfrentar sérios problemas emocionais, comportamentais e cognitivos.

“A violência contra crianças e adolescentes, mesmo que disfarçada de disciplina, como uma palmada, pode causar sérias consequências psicológicas. Entre elas estão o estresse, que prejudica o aprendizado e a memória e aumenta o risco de doenças crônicas, além de mudanças de comportamento”, afirma Ieda Maria Gonzaga, assistente social do CEJAM.

De acordo com a profissional, crianças que sofrem violências podem se tornar agressivas e enfrentar ansiedade, baixa autoestima, sentimentos de medo, insegurança, culpa, distúrbios do sono e problemas de adaptação escolar. A punição corporal também torna a criança ou o adolescente mais suscetível à rebeldia, vingança, bullying e à prática de delitos.

Do mesmo modo, gritar não é uma solução eficaz. À primeira vista, falar dessa forma com uma criança pode gerar algum resultado, mas os impactos futuros são bem maiores, podendo comprometer sua capacidade de socialização e, consequentemente, o desenvolvimento de relacionamentos positivos durante a vida.

“O aspecto mais importante de educar uma criança sem recorrer à violência é fomentar sua autoestima e confiança. Menos gritos se traduzem em maior segurança emocional. A educação sem violência verbal favorece o desenvolvimento de habilidades emocionais, empatia, comunicação e cooperação”, explica a assistente social.

Sim, é possível educar sem violência

Conforme Ieda Maria, para educar crianças sem recorrer à violência, algumas estratégias podem ser adotadas. "É importante incentivar a comunicação baseada no diálogo e trabalhar a ideia de causa e efeito, explicando as consequências dos comportamentos inadequados. Independentemente da idade da criança ou do cenário em que se encontra, é crucial considerar que o sentimento que gerou o mau comportamento deve ser respeitado, investigado e discutido com ela", enfatiza.

A especialista destaca que a empatia para entender a motivação da criança ao ter determinado comportamento faz toda a diferença. "Brigas, castigos ou até palmadas podem cessar o comportamento momentâneo, mas não resolvem o problema a longo prazo. Buscar entender é muito mais assertivo", alerta.

Para promover um ambiente doméstico não violento, é essencial que os pais sejam bons exemplos. Isso inclui elogiar seus filhos, focar em aspectos positivos, escutá-los genuinamente, cumprir promessas, manter o bom humor, entre outras ações.

"Uma outra estratégia eficaz é fazer uma pausa junto com a criança, sempre que possível. Nesses momentos, os pais devem trazer o filho para perto, em vez de provocar afastamento. Também é interessante dar uma segunda chance à criança, permitindo que ela tente novamente resolver o problema ou mudar seu comportamento”, reforça.

Além disso, resolver os problemas em conjunto pode ser benéfico para a educação da criança. Esses momentos proporcionam a ela a chance de expressar suas preocupações sobre o problema em questão e de escutar e considerar soluções sugeridas por outros envolvidos.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

Assistente Social

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