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14 de Setembro de 2015
Os deficientes auditivos de Itapetininga (SP) não conseguem tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por falta de preparo nas autoescolas da cidade. (Estou triste porque não tem quem possa me ajudar), revela o operador de máquina Vagner Pereira dos Santos, depois de pagar pelo processo duas vezes. O problema é que as autoescolas não possuem profissionais especializados. Segundo o Sindicato das Autoescolas da Região, a entidade pede para que os donos disponibilizem cursos de libras aos instrutores.
Em nota, a associação também reforça que as autoescolas não estão organizadas como deveriam para atender aos portadores de deficiência auditiva. Ainda conforme a entidade sindical, a unidade que não possuir um intérprete próprio deve permitir que o deficiente leve um tradutor particular da língua de sinais.
O instrutor de autoescola Tiago Moraes aponta que a classe enfrenta obstáculos em relação a este assunto. (A dificuldade é justamente ensinar as informações básicas. A comunicação é essencial e aqui na cidade falta gente com essa qualificação), alega.
Devido a essa barreira, o operador de máquina Sandro Roberto de Medeiros comenta que não tentou tirar o documento, mas sempre teve vontade. (Sabia que não tinha intérprete e que não passaria se eu tentasse. Como Sorocaba é longe, não dá para eu ir até lá), relata.
De acordo com Francisco Barros, proprietário de uma autoescola, os alunos podem ser acompanhados por profissionais especializados ao longo de todo o processo para a CNH. (O deficiente auditivo pode tirar a carteira normalmente. A pessoa entra na unidade, faz a matrícula e assiste às aulas teóricas junto com um intérprete, que pode ser até um familiar), explica.
A Superintendência Regional do Departamento de Trânsito (Detran) avisa que não existe uma resolução que obrigue as autoescolas a contratarem um intérprete de libras. O órgão informa que para a realização das provas teórica e prática o próprio Detran disponibiliza um profissional especializado.
No entanto, como em Itapetininga os deficientes não podem fazer a prova prática, a superintendente Roberta Bernardi da Silva Martins dá orientações. (A última fase necessita de uma banca especial, mas a cidade não tem médicos credenciados em número suficiente para formá-la. Com isso, o teste deve ser transferido para o município mais próximo com essas condições. Neste caso, Sorocaba), completa.
Fonte: G1.com
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