O Governo do Estado de São Paulo lançou o primeiro posto da Central de Libras, no Ministério Público do Estado de São Paulo. Ação realizada pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, tem por objetivo disponibilizar atendimento em Libras, facilitando a comunicação e o acesso das pessoas com deficiência auditiva aos serviços públicos.

No lançamento estiveram presentes a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Dra. Linamara Rizzo Battistella; o Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo, Dr. Márcio Fernandes Elias Rosa; entre outras autoridades e representantes de instituições que atendem pessoas surdas e os próprios.  Na ocasião foi assinado um termo de compromisso entre a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo e o Ministério Público do Estado de São Paulo.

A Secretária ressaltou a importância da ferramenta de comunicação para a privacidade e autonomia da pessoa com deficiência auditiva, (a intermediação é feita de forma impessoal, para que a pessoa se sinta à vontade para expor suas demandas). Ela anunciou a instalação de 50 pontos de atendimento em Libras no estado de São Paulo, em um primeiro momento.

Alguns locais já estão confirmados como o PROCON, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, além da própria sede da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. (O atendimento acessível é a garantia da autonomia, fazendo com que a pessoa com deficiência auditiva possa acessar o serviço público de forma independente), frisou.

Um exemplo de utilidade prática do serviço, citado pela Secretária, é o de uma mãe surda que precisa levar o filho ao pediatra e tem dificuldade de se comunicar com o médico. Utilizando um serviço como a Central de Libras, facilmente ambos conseguirão sanar qualquer problema com a comunicação. (A Central de Libras é uma causa absolutamente necessária, porque ela permite a intermediação entre ouvinte e a pessoa com deficiência auditiva de uma maneira clara e objetiva a qualquer hora), ressalta Dra. Linamara.

 (Com a Central de Libras, vemos a tecnologia se colocando a serviço dos direitos humanos. É uma alegria a gente poder estar nesse momento conquistando um direito fundamental para o ser humano, que é a comunicação. Fica o nosso agradecimento ao Ministério Público por ser o primeiro a receber a inauguração dessa Central de Libras), completou a Dra. Linamara.

O Procurador Geral Dr. Márcio Fernandes falou sobre a ação e a importância de expandir o atendimento a outros serviços públicos, como a Defensoria Pública do Estado de São Paulo. (A justiça se concretiza no cotidiano das pessoas com a possibilidade de comunicação plena, é importante replicar essa ação nas instalações da Defensoria Pública também), destacou o procurador.

(A tecnologia só se justifica quando interfere positivamente na vida das pessoas, como vemos nesta ação. E só se justifica a existência do Estado se for para garantir a todos a condição plena de viver como ser humano com dignidade, a dignidade da pessoa humana), completou.

Na ocasião, uma assistente da Secretaria, a Geni Aparecida Fávero, que é surda, foi convidada a se manifestar em Libras sobre o serviço oferecido pela Secretaria. No telão apareceu a imagem de uma tradutora e intérprete da Central de Libras, que recebia a informação em Libras e a traduzia simultaneamente para a Língua Portuguesa, tornando acessível a mensagem da Geni a todos os presentes.

Diversas instituições ligadas ao tema estiveram presentes, como os representantes paulistas da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos – Feneis; a ASSP - Associação de Surdos de São Paulo; o Instituto Santa Teresinha; a Associação Paulistana Desportiva, Cultural, Lazer e Recreativa para Surdos; a Derdic – PUC - SP, entre outras. 

CENTRAL DE LIBRAS
A Central de Libras consiste em uma tradução simultânea, por vídeo, para estabelecer uma comunicação entre a pessoa surda e a instituição que está prestando o atendimento, com a mediação remota de intérpretes fluentes em Língua Brasileira de Sinais.
 
Na prática funciona assim: o surdo entra no estabelecimento público e procura o responsável pelo atendimento. Sabendo que se trata de um surdo, a pessoa é levada ao ponto em que está instalada a Central de Libras, um computador, tablete ou Ipad. O surdo apresenta sua questão/dúvida em Libras e o intérprete remoto traduz para a Língua Portuguesa. O Atendente responde em Português e o intérprete remoto transfere imediatamente, em Libras, a informação para o solicitante surdo, em tempo real.
 
O Estado de São Paulo conta com 1.893.359 surdos, segundo dados do Censo  IBGE/2010.

Fonte: Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência