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Saúde

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21 de Fevereiro de 2024

Gravidez na adolescência requer atendimento diferenciado

O mês de fevereiro reserva um espaço especial dedicado à reflexão sobre gestação precoce, que pode ser considerada uma questão de saúde pública, devido aos riscos a que jovens e bebês são expostos, inclusive psicossociais com o início de uma família não planejada.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a gravidez na adolescência eleva a chance de complicações para a mãe, para o feto e para o recém-nascido, além da possibilidade de agravamento de problemas socioeconômicos já existentes.

“A gravidez na adolescência ainda constitui um desafio para as políticas públicas e nós, como prestadores de serviços de saúde, precisamos fornecer a essas jovens orientação para que vivam sua sexualidade de forma plena com planejamento de anticoncepção e, no caso de uma gestação, acolhimento na concepção também”, destaca Cristiane Santana, enfermeira coordenadora da Maternidade Segura do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro (HMMR).

A ponderação de Cristiane sobre o que seria um ideal de atendimento relacionado ao tema retrata bem a atenção prestada na unidade, que nos dois últimos anos recebeu quase 3.600 gestantes adolescentes (entre 14 e 19 anos) – 1.987 em 2022 e 1.610 em 2023.

Acolhimento e informação estão presentes durante todo o contato entre paciente e HMMR, e a imaturidade exige um trato ainda mais diferenciado no caso dessas meninas.

No período de transição entre infância e vida adulta, repleto de mudanças físicas e hormonais, essas jovens, em geral, não conhecem as possibilidades do próprio corpo e precisam ser empoderadas pela equipe que as assiste.

Cuidado e informação antes, durante e depois do parto

Maternidade segura A coordenadora explica que a iniciativa tem como objetivo desenvolver estratégias de gestão e atendimento à mãe, ao filho e à família, prestando uma assistência segura, qualificada e humanizada no processo de parto e nascimento. Para isso, são necessários protocolos muito bem definidos, com normas e rotinas que começam na recepção do hospital. “O protocolo é para todas, mas há um atendimento individualizado, por conta das necessidades e características de cada uma, dependendo, por exemplo, da classificação de risco. O cuidado personificado torna cada paciente única.” A maternidade segue o protocolo do Parto Seguro do Ministério da Saúde, em concordância com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, mas alguns itens adicionais no protocolo tornam o cuidado ainda mais abrangente na unidade e justificam o nome diferenciado “Maternidade Segura”.

Busca ativa – Exemplo de algo característico da unidade é a busca ativa, onde cada mulher atendida a partir da 37ª semana de gestação e que é liberada para voltar para casa, após ser examinada, passa a ser monitorada pelo hospital. A partir de então, uma equipe especializada faz ligações diárias com escuta ativa, sanando eventuais dúvidas e ensinando os sinais de alerta de trabalho de parto. São feitas perguntas sobre o que a paciente está sentindo, como estão as contrações, se a bolsa rompeu, se o feto está mexendo. Dependendo da resposta, ela pode ser orientada a retornar ao hospital ou apenas aguardar a próxima ligação 24 horas depois e assim por diante, até o nascimento do bebê, evitando possíveis contratempos na gestação. Ainda que a mulher não esteja programada para fazer seu parto no Mariska, desde que tenha passado pela emergência do hospital, será impactada pela busca ativa.

Visita Cegonha Carioca - A Visita Cegonha Carioca é um programa da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, com marcação feita pela unidade básica de saúde, a partir da 28ª semana de gestação. O intuito é que as gestantes conheçam as instalações da maternidade onde serão atendidas, além de palestra/bate-papo sobre o que está previsto até o momento do parto que acontecerá algumas semanas à frente. Na ocasião, uma enfermeira obstetra fala com um grupo de gestantes sobre o direito a um acompanhante da escolha delas, que podem ter um parto normal ou cesariana, dependendo das condições de cada uma, e que terão acesso a todos os métodos para alívio da dor (aromaterapia, água quente, bola suíça, escada de ling, entre outros).

Atendimento psicossocial - O hospital mantém também um serviço psicossocial para conversas com as pacientes e a ponte entre elas e a referida unidade da clínica da família, que seguirá no acompanhamento periódico após a alta hospitalar. O trabalho desse atendimento, especificamente com as adolescentes, requer uma delicadeza ainda maior na fala e na escuta atenta. “Em casos de famílias socioeconomicamente desfavoráveis, a situação é ainda mais traumática, já que, muitas vezes, a falta de recursos financeiros vem acompanhada de desinformação. Algumas não sabem sequer o que é um parto. A informação precisa ser passada com carinho e cuidado”, afirma Cristiane.

Prevenção à gravidez – Além de informações sobre cuidados pessoais, com o bebê e o aleitamento, as pacientes já saem da maternidade conhecendo todos os métodos contraceptivos. Recebem orientações sobre pílula e uso das camisinhas interna e externa, disponíveis para retiradas periódicas nas clínicas da família. É uma conversa individualizada do médico ou do enfermeiro obstetra com a paciente durante a internação, seguida de reforço no momento da alta. Além disso, a adolescente, assim como as pacientes de todas as idades, tem o direito de deixar a maternidade já com DIU (método contraceptivo que consiste em uma pequena peça flexível em forma de “T” inserida no útero). Para a inserção do dispositivo, não há necessidade de planejamento familiar (documento emitido pela saúde básica após protocolo seguido pela mulher, que inclui curso e outras atividades, exigido hoje apenas para laqueadura de trompas, por seu caráter irreversível), autorização dos pais ou mesmo de um possível companheiro. Depende exclusivamente da vontade da paciente. “Se ela expressar o desejo de não ter outra gravidez tão cedo, já sai do hospital com o DIU na mesma internação, logo após o parto. Anteriormente uma exigência, o planejamento familiar não é mais considerado nesse caso”, explica a coordenadora.

Para as gestantes que chegam à maternidade do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, seja por meios próprios ou as que são referências da CAP 5.1 (Coordenadoria de Atenção Primária), são disponibilizados os serviços sociais e de psicologia, disponíveis de segunda a sábado, das 8h às 18h para suporte junto às pacientes internadas e atendimento ambulatorial.

Fonte: Comunicação, Marketing e Relacionamento

Hospital da Mulher Mariska Ribeiro Prevenção

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